sábado, 11 de outubro de 2008

Relato de uma Assombração(Parte 1)

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Relato de uma Assombração(Parte 1)

Parte 1:
Thomas era um bom garoto, nunca deu problema, nunca usou drogas, bom aluno, bom amigo. Bom garoto aquele Thomas. E uma grande idéia ele teve.
Lembro-me bem do dia. 13 de dezembro.
Coincidência? Talvez. Mas como eu o conhecia bem, sei que era bem provável que podia ser de propósito. Ele sempre gostou de sentir medo, e nenhum dia é melhor pra sentir medo do que sexta feira 13. Bom garoto aquele Thomas. Mas uma tosca idéia ele teve.
Péééééé!
Levanta dessa cama Thomas, é sexta, tem aula de História, deveria estar mais animado. Levantou, rastejou até o banheiro e jogou água no rosto, vestiu sua calça jeans, sua camisa de flanela e sua jaqueta. Nada de pente no cabelo. Foi para a aula a pé, com passos de quem quer chegar ao seu destino daqui a cem anos.
Quando chegou ao colégio encontrou o André e o Chica. André não era alto nem baixo, mais ou menos um metro e setenta cabelos penteado para traz, visual greaser*. Chica era um garoto baixo, cabelo comprido e seboso, camisa xadrez para dentro da calça e estava com um cigarro na boca o tempo todo. Não era permitido fumar no colégio, mas ele sempre dava um jeito de ascender sua chaminé e ficar fumando no pátio.
No trio de amigos, para que não existissem brigas era feito um sistema, era assim: cada dia da semana um dava a idéia do que fariam ao anoitecer. Dava certo, pois os amigos não podiam sair no domingo, fazendo assim com que cada um escolhesse duas vezes por semana o que seria da noite. Chica gostava mais de quebrar as coisas, André gostava mais de roubar e Thomas adorava invadir propriedades. Para ele isso era sinônimo de aventura do mais alto nível.
Chica nunca tinha idéias muito boas, mas hoje não era o dia dele nem de André ter a idéia. Era sexta, e pelo combinado sexta era dia de Thomas dizer qual seria o cool da noite. E ele disse:
-Vamos ao shopping chinês.
-Porque faríamos isso, aquele lugar, não tem absolutamente nada de interessante – disse Chica ascendendo mais um – só tem aquele monte de merda chinesa.
-Talvez não seja uma má idéia, – disse André – sempre quis ver o que tem dentro daquele lugar escroto.
-Deve ter um monte de merda!
-Dizem que é mal-assombrado. Duas pessoas morreram lá na década de 80, desde então ninguém mais usa a espelunca para nada.
-Não sabia disso – disse Chica dando uma boa tragada – talvez não seja uma idéia tão ruim...
Então André em um pulo fica em pé no banco e se abaixa chegando com o rosto perto dos amigos e diz em tom de discurso, porém em voz baixa:
-Nos encontramos às oito horas na frente do mercado Progresso para comprar nosso trago antes de irmos nos divertir.-Mal vejo a hora de entrarmos lá. Mal vejo a hora. – disse Thomas sorrindo e puxando um cigarro da carteira de Chica. Ascendeu inalou e soltou a fumaça. Ficou ali em silêncio esperando o sino tocar e escutando os amigos conversarem sobre o que seria da noite. Bom menino aquele Thomas. E sua idéia estava explodindo em pensamentos agora.
***
(continua...)

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