segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Relato de uma assombração(Parte 4)

NÃO LEIA ISSO SEM ANTES TER LIDO AS OUTRAS PARTES!
Para ler as outras partes da história:
Relato de uma Assombração(Parte 1)
Relato de uma Assombração(Parte 2)
Relato de uma Assombração(Parte 3)

Parte 4:
Chica pegou a lanterna que estava apontando pra a porta e, imediatamente, após a porta se abrir apontou para dentro. Thomas apontou a sua também, e um longo corredor estava diante deles. A porta que eles arrombaram parecia ser uma espécie de entrada de empregados, e um pouco mais a frente tinha um grande salão cheio de salas em sua volta.
André subiu um degrau e deu um passo a frente dizendo:
- Borá.
- Pode entrar, eu vou ficar vigiando.
- Nada disso bicho, pode vir junto seu cagão!
- Mas...
Thomas pegou o braço de Chica e disse:
- Você vai junto Chica, a gente sempre faz o que você quer no seu dia.
- Você tem razão, mas esse lugar é fodido. Bem que podia ter escolhido outra coisa pra fazer.
- Vamo logo suas mocinhas! – disse André.
Os dois olharam para ele e seguiram para dentro. Thomas soltou uma risada debochando de Chica, que olhou para ele com cara de quem vai enfiar um bambu em baixo da unha de alguém. Thomas disse:
- Relaxa cara, é só um shopping, finge que está comprando roupas para seu namorado. HAHAHAHAHAHAAHA!
Chica estava ficando de saco cheio, mas engoliu essa piada sem nenhuma reação.
Thomas assumiu a dianteira e eles prosseguiram em fila.
André olhava para os lados apontando sua lanterna para dentro das lojas vazias, procurando algo que pudesse lhe interessar.
Mal conseguiam respirar de tanto medo, mal conseguiam explorar o local, tudo estava cheio de mistério. O lugar não parecia ser desse mundo. Mas Thomas parecia não sentir nada, estava tão calmo quanto um monge tibetano. Tinha um forte cheiro de poeira, afinal essa porra de shopping estava sem ser limpo há uns 10 anos no mínimo e a única coisa que passava por lá nesses anos eram insetos e ratos.
Nas vitrines dentro das lojas, manequins vestidos com roupas chinesas e ficavam inertes com seus sorrisos de resina. Algumas roupas tinham sido roídas por ratos e servido de alimento para traças, estas que ao serem iluminadas corriam para se esconder na penumbra. André iluminou sua frente e viu a porta de uma loja entreaberta, soltou uma palavra cortando o silêncio:
- Olhem.
O eco fez a palavra durar mais tempo. No instante que disse sua mão foi de encontro com o trinco, que empurrou a porta para dentro. Nessa sala não tinha praticamente nada interessante, mas, quando olharam melhor perceberam que no chão existiam pegadas, e elas pareciam recentes. Palavras não foram necessárias, os três olharam-se e imediatamente começaram a segui-las. Elas pareciam parar nas escadas. Mas André juntou-se ao chão observando-o e iluminando-o com a lanterna. Ele disse:
- Vamos subir, as marcas nos degraus levam para cima.
- Vamos, aposto que tem algo de valor lá. - disse thomas.
Os três concordaram, mas André e Chica pareciam não achar a melhor idéia do mundo.
Prosseguiram. O trio foi guiado por Thomas a subir e seguir as pegadas. Ao chegar no segundo andar a estrutura era parecida com a do primeiro, lojas abandonadas, porém a escada continuava subindo, e André juntando a cabeça ao chão novamente confere que as pegadas continuam seguindo escada a cima. Os três decidiram que explorar o segundo andar seria besteira. O mesmo aconteceu com o terceiro piso, as pegadas seguiam escadaria.
O quarto e ultimo andar (acima dele só tinha o sótão) tinha uma estrutura diferente, muitas mesas no meio, e nas paredes em vez de lojas, eram bancadas. Logo Chica esclareceu o obvio como se tivesse descoberto um cigarro que não destrói o pulmão. Era uma praça de alimentação. E André disse:
- As pegadas seguem para lá – apontando para um canto com mesas empilhadas.
- Vamos - disse Thomas.
André e Chica estavam assustados com como Thomas estava calmo. Geralmente ele ficava mais excitado, mais agitado. Invadir locais era como lhe aplicar uma injeção de adrenalina, mas dessa vez ele estava calmo.
Os dois evitaram um pouco, mas prosseguiram, seguindo o amigo.
Chegaram até as mesas empilhadas. Elas estavam rodeadas com uma fita amarela e preta, que é usada para isolar áreas. As pegadas terminavam ali. A jornada teria terminado naquele instante, mas Thomas como se já soubesse, apontou a lanterna para o teto clareando uma portinha branca escancarada. As mesas estavam empilhadas até a portinha, como se alguém as tivesse empilhado para poder entrar lá.
Thomas escalou as mesas até conseguir se esgueirar com o corpo para dentro da penumbra, pegou sua lanterna e apontou para dentro. Parecia ter visto algo se mexer. Um rato talvez.
*****
(Continua...)

Um comentário:

Anônimo disse...

NÃO LEIA ISSO SEM TER LIDO ANTES AS PARTES ANTERIORES!
euleioseeuquiser! kkk

mano, isso vai me matar do coração.